
A agricultura familiar vem ganhando mais destaque e conhecimento por parte da população em geral ultimamente. Nesses tempos modernos, em que muitas pessoas debatem sobre questões ambientais e se preocupam em consumir alimentos mais saudáveis e orgânicos, a agricultura em família surge como uma alternativa.
O que é a agricultura familiar?
Trata-se de uma forma de cultivo da terra realizado por pequenos agricultores e proprietários rurais, tendo como mão de obra principal a sua própria família, que contribui para o plantio e colheita dos alimentos.
Geralmente a família utiliza os alimentos para consumo próprio e também para comercialização, sendo, portanto, sua fonte de renda e fonte de alimentação principal.
Ela se diferencia da agricultura patronal que utiliza trabalhadores contratados, sejam fixos ou temporários, em propriedades geralmente médias e grandes, além de processos mecanizados de cultivo.
Importância da agricultura familiar
Sabe-se que 70% dos alimentos consumidos no Brasil advém de agricultura familiar. Você pode, muitas vezes, estar consumindo esses produtos sem nem saber.
Diferente da agricultura patronal, a agricultura em família utiliza técnicas de cultivo e extrativismo tradicionais que impactam menos o ambiente, sendo, portanto, uma escolha de compra e consumo mais consciente.
A agricultura em família é importante também pois estimula a geração de renda e emprego no campo. Além disso, também melhora o nível de sustentabilidade das atividades no setor agrícola. Sendo assim, a qualidade dos produtos é superior as outras convencionais.
Agricultura familiar no Brasil
De acordo com o Censo Agropecuário Brasileiro realizado pelo IBGE em 2006, a agricultura em família está presente em quase 85% das propriedades rurais do Brasil. Metade está situada apenas no nordeste do país, sendo responsável por 1/3 da produção total.
Segundo dados da Embrapa, a agricultura familiar responde hoje por 38% do Produto Interno Bruto Agropecuário do país, o equivalente a um montante de 54 bilhões de reais.
Entretanto, esses agricultores enfrentam muitas dificuldades com a modernidade. Com a expansão do agronegócio e a mecanização do cultivo, eles vêm perdendo emprego no campo, o que contribui para o êxodo rural.
Com pouca infraestrutura, as famílias abandonam o campo e vão em busca de melhores condições na cidade. Essa migração leva ao inchaço dos grandes centros, levando a marginalização e aumento da desigualdade social.
Uso de agrotóxicos e monocultura
O agronegócio, além de mecanizar os processos de cultivo, também utiliza agrotóxicos em grande escala em um modelo de produtividade baseado no lucro, o que é um problema para os agricultores familiares.
Também priorizam a monocultura, ou seja, plantio em grande quantidade de um único tipo de alimento, diferente da agricultura familiar, que desenvolve a policultura com plantio de diversos produtos em todos os biomas. Isso contribui para mais riqueza, variedade e frescor de produtos locais.
Muitas são as restrições e dificuldades que a agricultura familiar enfrenta, mas muitas famílias ainda resistem e recebem algum apoio e incentivos de políticas públicas.
A lei nº 11.326, criada em 2006, retrata essa preocupação, uma vez que estabelece diretrizes para a criação de uma política nacional consistente e eficiente ligada a agricultura familiar e aos empreendimentos familiares rurais.
Sustentabilidade, orgânicos e meio ambiente
Por utilizarem técnicas tradicionais de cultivo e de baixo impacto ambiental, a agricultura familiar tem sido vista com bons olhos como aliada da sustentabilidade e da responsabilidade sociambiental.
As famílias adotam práticas mais sustentáveis através de produção de alimentos orgânicos, ou seja, sem uso de químicos e hormônios, o que contribui para a saúde do solo, a preservação do meio ambiente e a saúde dos consumidores e trabalhadores rurais que não ficam expostos a esses produtos.
Como é feito o cultivo da agricultura familiar?
Os alimentos são cultivados de maneira variada e em menores quantidades do que agriculturas tradicionais. Isso garante mais frescor dos alimentos por localidade, além de mais riqueza nutricional e menos uso de agrotóxicos.
Os alimentos mais comuns cultivados são frutas, legumes, verduras e animais, destaque para o milho, café, mandioca, feijão, arroz, trigo, leite, carne suína, bovina e aves.
A comercialização é feita também por localidade, fornecendo os produtos para feirantes, mercados e hortifruttis da região ou até mesmo diretamente para algumas famílias.
Reconhecimento da agricultura familiar
A importância da agricultura familiar para a economia e abastecimento alimentício mundial é tão relevante que a ONU lançou em 2014 o AIAF (Ano Internacional da Agricultura Familiar) promovendo uma série de eventos, palestras e debates a respeito a agricultura familiar no Brasil e no mundo.
Além de sustentar políticas de combate à fome, a agricultura familiar contribui para o desenvolvimento econômico e para a geração de emprego especialmente no campo, levando à redução do êxodo rural e aumentando a qualidade de vida nos centros urbanos.
Você é a favor da agricultura familiar? O que pensa sobre isso? Deixe seu comentário!